A informação foi hoje avançada pelo porta-voz principal dos assuntos externos e da política de segurança da Comissão Europeia, Peter Stano, que na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, anunciou que, “no que toca ao pessoal da UE, ou seja, o pessoal diplomático especializado, todos eles foram já retirados, exceto uma equipa central muito pequena que ainda está no terreno a ajudar com os esforços de evacuação em curso”.

“Eles estarão no terreno o tempo necessário para completar as operações de resgate e é uma equipa central muito pequena”, reforçou o responsável.

Peter Stano recusou-se a avançar com “mais detalhes sobre os números exatos” dado que esta equipa europeia está a “operar num ambiente que não é exatamente amigável”, devido ao aproximar da data-limite de 31 de agosto para o fim da operação militar da coligação liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão e que atualmente já só se resume ao aeroporto de Cabul, cidade ocupada pelos talibãs há duas semanas.

Esta é uma altura de grande tensão entre os talibãs e as forças internacionais sobre o prazo para terminar a retirada de milhares de pessoas que se têm concentrado no aeroporto de Cabul desde a tomada de poder pelos rebeldes, em 15 de agosto.

“Só posso repetir que todos os nossos esforços neste momento estão concentrados em completar esta operação o mais rapidamente possível, num ambiente que não é exatamente amigável e onde a situação evolui no terreno a toda a hora”, vincou Peter Stano.

Já questionado sobre os esforços para retirada de civis de Cabul, o responsável notou que “a União Europeia não é proprietária e não opera os aviões [utilizados para as operações], por isso é claro que está dependente dos Estados-membros e parceiros para retirar pessoas de lá, nomeadamente utilizando aviões militares”.

Peter Stano remeteu também para os países dados sobre o número exato de cidadãos já retirados.

Ainda assim, o responsável assegurou que a UE “não está a trabalhar sob o pretexto do prazo de 31 de agosto”, mas sim focada em “retirar essas pessoas o mais depressa possível” e “fará tudo o que é possível a este respeito”.

Quanto aos afegãos que trabalhavam no terreno para a UE, Peter Stano adiantou que “mais de 400, incluindo membros das suas famílias, foram retirados de Cabul em segurança”.

“E estamos a prosseguir os esforços de retirada porque ainda há algumas pessoas que querem sair”, concluiu.

Os Estados Unidos retiraram 37.000 pessoas do Afeganistão desde 14 de agosto, número que ascende a 42.000 desde o final de julho, enquanto o Reino Unido transportou 6.600 desde a véspera da tomada de Cabul.