“Um bombardeamento realizado pelas forças militares internacionais na noite de sexta-feira para sábado em Kunduz, para apoiar as forças pró-governamentais no terreno, matou 13 civis e feriu outros três”, referiu a UNAMA num comunicado.

De acordo com a nota, segundo “as conclusões preliminares” acredita-se que dez dos mortos são crianças pertencentes à mesma família e deslocadas por causa do conflito que atinge o país desde a invasão dos Estados Unidos em 2001.

A operação ocorreu em Telawka, perto da cidade de Kunduz, capital da província, e teve como objetivo prestar apoio às forças pró-governamentais que lançaram uma ofensiva contra os talibãs na região.

O comunicado não especificou qual o país que realizou o bombardeamento, embora a missão da NATO no Afeganistão esteja limitada a fornecer treino para as forças afegãs e apenas os Estados Unidos forneçam apoio aéreo no âmbito de suas operações antiterroristas.

O porta-voz do Corpo de Operações Especiais do exército afegão, Abdul Qayum Nuristan, rejeitou numa entrevista à agência de notícias EFE que tenha havido vítimas civis em Telawka e afirmou que a operação terminou apenas com a morte de cerca de trinta talibãs, metade deles membros da Unidade Vermelha, uma espécie de força especial dos insurgentes.

A guerra no Afeganistão causou em 2018 um número recorde de civis mortos, 3.804, o maior desde há uma década, quando a ONU começou a contabilizar as vítimas civis, enquanto os Estados Unidos e os talibãs negoceiam um acordo de paz para por fim a 17 anos de conflito.

Em 2018, o número de civis mortos em bombardeamentos aéreos foi idêntico ao conjunto dos anos de 2014, 2015 e 2016.

Especificamente, houve 1.015 vítimas civis em bombardeamentos aéreos (536 mortos e 479 feridos), o valor mais elevado em uma década, dos quais 632 (393 mortos e 239 feridos) corresponderam a ataques das forças internacionais, de acordo com a UNAMA.