“Se certos países que fizeram parte do acordo (sobre energia nuclear do Irão) se comportarem de forma estranha e incompreensível, nós ultrapassaremos todas as etapas seguintes (do plano de redução) e passaremos à última etapa”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Moussavi, durante uma conferência de imprensa em Teerão.

Moussavi respondia à pergunta sobre a atitude a adotar por Teerão caso os “europeus venham a reagir de forma vigorosa” aos últimos anúncios do Irão, mas não especificou a natureza do que classificou “última etapa”.

Paris, Londres e Berlim constituem as três partes europeias no quadro do acordo internacional sobre energia nuclear iraniana, concluído em 2015. O pacto ficou ameaçado depois da retirada unilateral dos Estados Unidos em maio de 2018 restabelecendo as sanções económicas contra a República Islâmica.

No passado dia 08 de maio, um ano após o anúncio norte-americano, Teerão informou que iria começar a afastar-se de certos pontos do acordo de Viena no sentido de forçar as outras partes a ajudar a contornar as sanções dos Estados Unidos.

Teerão ameaçou afastar-se do acordo aplicando novas medidas de dois em dois meses (60 dias).

No domingo, ao fim dos primeiros 60 dias, o Irão confirmou que iria começar a enriquecer urânio ultrapassando o limite de 3,67% (cifra relativa ao conteúdo do isótopo de urânio 235) estabelecido pelo acordo de Viena.

Através de comunicados individuais, Londres e Berlim exortaram Teerão a ponderar a decisão e Paris demonstrou mesmo “grande inquietação”, pedindo ao Irão para cessar toda a atividade que “não está conforme” o tratado.

Respondendo à questão de um jornalista sobre se o Irão admite abandonar o acordo de Viena e sair do Tratado de Não Proliferação Nuclear, Moussavi repetiu que Teerão considera todas as opções.

“Todas as opções, e essas também, são possíveis no futuro, mas nenhuma decisão foi tomada”, respondeu o porta-voz da diplomacia iraniana.

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