O chefe do Governo desmentiu estas alegações.

O caso insere-se numa peça jornalística publicada na noite de segunda-feira num portal de notícias na Internet (www.seznamzpravy.cz), em que dois jornalistas encontraram o filho de Babis na Suíça, onde atualmente vive, e registaram as suas declarações através de uma câmara oculta.

Andrej Babis júnior, que o seu pai já definiu como “um doente psíquico”, afirma ter sido enviado “contra a sua vontade” para a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, por colaboradores do primeiro-ministro.

Esta operação, que segundo diversos ‘media’ checos ocorreu em 2017, teria por objetivo mantê-lo afastado do inquérito sobre o presumível abuso de fundos europeus durante a construção do complexo hoteleiro de luxo “Ninho da Cegonha”, perto de Praga, em 2007-2008.

Andrej Babis júnior, 35 anos, está a ser investigado no âmbito deste caso, à semelhança de seu pai.

Os seis partidos da oposição “propõem que [a câmara baixa do parlamento] vote a censura do Governo”, provavelmente na próxima semana, declarou Petr Fiala, chefe do partido de direita Partido democrático cívico (ODS). Apelou ainda a “todos os deputados dos partidos governamentais que respeitem os princípios do Estado de direito para deixarem de apoiar” o primeiro-ministro.

Babis dirige um Governo minoritário que integra do seu movimento populista ANO 2011 (Ano significa “Sim” em checo) e os sociais-democratas do CSSD, com um apoio informal dos comunistas do KSCM.

Os partidos da oposição centristas e de direita garantem no total 92 lugares, quando são necessários pelo menos 101 votos para derrubar o Executivo.

Os dirigentes do CSSD e do KSCM referiram hoje que vão reunir-se com Babis antes de anunciarem a sua decisão.

“Filmar em segredo (…) um homem psiquicamente doente é repugnante e desgostante”, afirmou Babis, acrescentando que esta campanha tem por objetivo “destrui-lo”.

Segundo Babis, o “Ninho da Cegonha” não estava abrangido pelas subvenções concedidas ao seu grupo empresarial Agrofert, e seria um negócio em que estavam envolvidos os seus dois filhos do seu primeiro casamento, Andrej júnior e Adriana, e ainda o irmão da sua segunda mulher, Martin Herodes.

Na sua perspetiva, a construção do complexo poderia beneficiar legalmente de dois milhões de euros de fundos europeus destinados em princípio a pequenas e médias empresas.

A polícia acusa-o de ter intencionalmente separado à época o “Ninho da Cegonha” da Agrofert para poder beneficiar destas subvenções.