Após ter recebido recentemente em audiência o dirigente da Congregação para a Doutrina da Fé (guardiã do dogma), o Papa “decidiu instituir uma nova comissão de estudo sobre o diaconato feminino”, de acordo com um comunicado da Santa Sé.

A nova comissão internacional de 12 elementos inclui cinco mulheres, entre as quais a teóloga francesa Anne-Marie Pelletier e a teóloga suíça Barbara Hallensleben. Dois diáconos americanos fazem igualmente parte do grupo.

Em maio de 2019, o Papa indicou que os elementos de uma primeira comissão de estudo, criada em 2016 para examinar o papel das mulheres diáconas no início do cristianismo, tinham opiniões muito divergentes.

O diaconato é atualmente reservado aos homens na igreja católica.

Os diáconos são ordenados para proferir o sermão na missa, celebrar batizados, casamentos e funerais.

A ideia foi relançada em outubro pelos bispos de nove países da Amazónia, reunidos num sínodo regional no Vaticano, destinado a encontrar soluções para a falta de padres itinerantes nesta vasta região.

Após três semanas de debates, os prelados propuseram ao Papa a abertura do sacerdócio a alguns homens autóctones casados e exigiram o relançamento do debate sobre as mulheres diáconas, questões explosivas que dividem conservadores e progressistas.

Em fevereiro, o Papa não acatou estas sugestões audaciosas na resposta publicada num documento intitulado “Querida Amazónia”, suscitando a satisfação dos conservadores e a desilusão dos progressistas.

Francisco prestou homenagem ao papel essencial das mulheres leigas na transmissão da fé na Amazónia, mas rejeitou a ideia de uma ordenação e de um acesso ao diaconato.

Algumas vozes da igreja asseguraram que o Papa jesuíta deixou, no entanto, a questão em aberto, recomendando a leitura das conclusões votadas pelos bispos da Amazónia.

Organizações católicas feministas que se batem pelo acesso das mulheres ao sacerdócio criticaram vivamente Francisco, na ocasião.