Reunidos em Amã, capital da Jordânia, os países árabes anunciaram que vão procurar obter um amplo reconhecimento de Jerusalém como capital palestiniana, integrado na solução de dois Estados (Israel e Palestina), anunciou, em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi, ao lado do secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit.

Na reunião participaram os chefes da diplomacia de Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egipto, Marrocos e Palestina, que integram o grupo da Liga Árabe criado para avaliar a situação de Jerusalém depois de os Estados Unidos a terem reconhecido como capital do Estado de Israel.

“Concordámos em lançar um amplo movimento junto da comunidade mundial, com o objetivo de obter uma larga atitude política internacional de apoio a um Estado palestiniano independente, com Jerusalém Leste como capital”, anunciou Safadi, acrescentando que o grupo concentrará esforços em “garantir que nenhum outro Estado tome a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel ou de mudar a sua embaixada para Jerusalém”.

Os países árabes tratarão ainda de pressionar Israel para que respeite as resoluções internacionais, enquanto descartam a validade legal do reconhecimento anunciado pelos Estados Unidos.

Safadi e Abulgueit adiantaram que a Liga Árabe celebrará, no final do mês, uma reunião de chefes da diplomacia “para avaliar o resultado” dos contactos do grupo com a comunidade internacional, principalmente com Rússia, China e União Europeia.

Abulgueit descreveu a reunião de Amã como “extremamente frutífera” e destacou os “êxitos” diplomáticos alcançados pelos países árabes na questão de Jerusalém: apoio de 14 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, apesar do veto dos Estados Unidos, e de 128 Estados na Assembleia Geral das Nações Unidas.

“O nosso esforço é um processo contínuo, gradual e crescente”, explicou o secretário-geral da Liga Árabe.

Na reunião de hoje, foi discutida uma proposta para cancelar os tratados de paz firmados com Israel por parte de Egipto e Jordânia, mas Abulgueit adiantou que os ministros “decidiram, por unanimidade, aderir ao processo de paz como uma opção estratégica de acordo com a iniciativa de paz árabe”, impulsionada pela Arábia Saudita.

Esta iniciativa ofereceu a Israel o reconhecimento do Estado judeu em troca da saída das tropas hebraicas de todos os territórios árabes ocupados durante a Guerra dos Seis Dias, de 1967, incluindo Jerusalém Leste.