Criado em 2010, o g7+ é uma organização intergovernamental constituída por 20 países – entre os quais os lusófonos Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, “afetados por conflitos e pela fragilidade, em transição rumo à resiliência”.

A organização pretende fomentar a “partilha de experiências sobre a fragilidade e a prevenção e resolução dos conflitos nos países frágeis”, descreveu à Lusa o secretário-geral, o timorense Hélder da Costa.

“Em termos práticos, partilhamos as nossas experiências no domínio da reconstrução do Estado e da reconciliação”, num conceito de “cooperação frágil-frágil”, disse.

O G7+ também pretende funcionar como plataforma para dar voz aos países afetados por conflitos na formulação das políticas de desenvolvimento, bem como promover a apropriação nacional dos processos de transição para a resiliência.

Promover “um diálogo mais franco” com instituições internacionais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional ou a Organização das Nações Unidas, é outro dos objetivos, “contribuindo para a necessária reforma das políticas destes organismos relativamente aos países em situações de fragilidade” e “exprimindo os anseios dos países no contexto da assistência".

Atualmente, referiu o responsável, o Sudão do Sul e o Iémen são os países que inspiram maiores preocupações aos Estados-membros do G7+, disse Hélder da Costa.

O Sudão do Sul vive em guerra civil desde 2013, dois anos após a independência do Sudão, que já causou dezenas de milhares de mortos e mais de quatro milhões de deslocados, bem como a dependência da ajuda alimentar de mais de metade dos 12 milhões de habitantes. O Iémen é cenário de uma guerra civil desde finais de 2014, quando os rebeldes ‘huties’ tomaram Sanaa e províncias do norte e oeste do país e expulsaram o governo da capital.

“Deixamos isso nas mãos das Nações Unidas e também trabalhamos com a ONU para a sustentação da paz. O nosso objetivo é implementar o objetivo 16 da Agenda 2030, referente à construção de uma sociedade pacífica, com tolerância, promoção da justiça e fortalecimento institucional”, indicou o secretário-geral do G7+.

O secretário-geral do organismo deu o exemplo da deslocação do antigo Presidente e primeiro-ministro timorense Xanana Gusmão, que tem o cargo de “pessoa eminente” do G7+, à República Centro-Africana, em 2016, procurando promover a reconciliação nacional, ou o apoio da organização para a realização de eleições na Guiné-Bissau.

A sede do G7+ é em Díli, Timor-Leste, e Lisboa foi a capital escolhida para instalar a delegação europeia da organização.

“Lisboa é uma cidade charneira, um ponto de encontro global, que tem uma ligação natural entre continentes, é uma porta de entrada na Europa, com grande proximidade a África e com uma vocação natural para a ligação ao Atlântico e ao continente americano”, acentuou Hélder da Costa, que agradeceu o “apoio político e cívico” do Governo português e da Câmara de Lisboa.

A organização reúne países de África, Médio Oriente, Ásia-Pacífico e Caraíbas: Chade, República Centro-Africana, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Togo, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Burundi, Somália, Iémen, Sudão do Sul, ilhas Comores, Afeganistão, Timor-Leste, Papua Nova Guiné, ilhas Salomão e Haiti.

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