Segundo o MST, cerca de cinco mil pessoas, desde a última sexta-feira, têm-se deslocado a pé desde três cidades localizadas a cerca de 50 quilómetros da capital, onde quarta-feira o Partido dos Trabalhadores (PT) irá registar oficialmente a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições de 7 de outubro.

O PT tem insistido que Lula será o seu candidato presidencial, apesar das regras do país impedirem que uma pessoa com uma condenação em segunda instância, como é o caso de Lula, concorra a qualquer cargo eleitoral.

No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral só pode decidir quando a candidatura for registada, para que a sua decisão sobre Lula seja tomada a partir de quarta-feira, após uma análise do caso, para o qual não há prazo legal previsto.

Frente ao impedimento judicial, o PT defende que Lula foi condenado “sem provas”, como parte de uma “perseguição política” de uma suposta “conspiração da elite”, cuja única finalidade é impedir que o ex-sindicalista regresse ao poder.

O PT nomeou como candidato à vice-presidência Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, numa decisão que inclui um acordo complexo com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Se a candidatura de Lula fosse aceite, Haddad cederia a sua posição a Manuela D’Ávila, que queria concorrer à presidência do PCdoB e abdicou por acordo com o PT.

Por outro lado, se o provável veto da candidatura de Lula se confirmasse, Haddad assumiria a candidatura presidencial, sempre com D’Ávila como companheira de lista.

O PT anunciou que irá promover na quarta-feira um “grande ato popular” nas proximidades do Tribunal Superior Eleitoral, em apoio à inscrição de Lula como candidato.

Somam-se a essa demonstração de apoio os ativistas do MST que chegaram hoje a Brasília, além dos membros de movimentos sociais de esquerda que também apoiam as aspirações do ex-Presidente.

Para reforçar a pressão a favor de Lula, seis ativistas do MST permanecem em greve de fome desde 31 de julho, exigindo que se reconheça a candidatura de Lula e que seja libertado “imediatamente” da prisão, em que permanece desde o dia 07 de abril.

Também o vencedor do Prémio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, chegou hoje ao Brasil para apoiar a candidatura de Lula da Silva.

Perez Esquivel, um ativista argentino de direitos humanos e vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1980, pediu a libertação do ex-Presidente brasileiro.

“Nós exigimos a liberdade para Lula. Ele é um prisioneiro político, e tudo isto que o Governo e os juízes fizeram tem como objetivo removê-lo do cenário político”, disse Perez Esquivel à agência de notícias France-Presse, em Brasília.

Lula da Silva, de 72 anos, é o favorito em todas as sondagens, arrecadando cerca de um terço das intenções de voto, o dobro de qualquer outro candidato.

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