Segundo a última versão do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma pesquisa anual sobre violência usada como referência, a taxa de mortes violentas no Brasil caiu de 30,8 casos para cada grupo de 100.000 habitantes em 2017 para 27,5 casos para cada grupo de 100.000 habitantes em 2018, mantendo-se ainda uma das maiores do mundo.

A redução do número de assassínios representa o fim de uma tendência de crescimento que vem sendo observada desde 2011, quando foram contabilizadas 47.215 mortes violentas provocadas intencionalmente no país e inclui homicídios e outros crimes como roubo e lesões corporais seguido de morte.

Embora os indicadores de assassínios tenham diminuído, chamou a atenção no relatório o facto das mortes provocadas por agentes da polícia terem subido 19,7%, passando de 5.179 casos em 2017 para 6.220 casos registados em 2018.

Isso significa que um em cada 10 mortes violentas no Brasil foi causada por um agente da polícia.

O Rio de Janeiro registou quase um quarto de todas as mortes causadas pela polícia no ano passado, com 1.534 casos.

O levantamento indicou que as vítimas da violência praticada pela polícia no Brasil foram 99,3% homens, negros (75,4%) com idade entre 18 anos e 29 anos (68,2%).

O relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública é calculado com base em dados oficiais das Secretarias Regionais de Segurança Pública e do Instituto Estadual de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da redução geral no número de mortes violentas no país, em alguns estados brasileiros houve crescimento na taxa de homicídios para cada 100.000 habitantes, como no Amapá (57,9), Roraima (66,6) e Rio Grande do Norte (55,4).

Os quatro estados brasileiros em que os homicídios cresceram no ano passado também registaram motins violentos em confrontos de facções rivais dentro de prisões que terminaram em massacres.

Já os estados com as menores taxas de homicídio para cada grupo de 100.000 habitantes no ano passado foram São Paulo (9,5), Santa Catarina (13,3) e Minas Gerais (15,5).

Segundo estatísticas gerenciadas pelo Ministério da Justiça do Brasil, a redução no número de homicídios em 2018 permaneceu no primeiro semestre dede ano, quando as mortes violentas registaram queda de 22%.