“Com a força que temos renovada nas Cortes de Madrid e também com a força que temos aqui, com as maiorias reiteradas que o independentismo tem conseguido, vamos fazer pressão para alcançarmos o diálogo que deve desembocar em formas democráticas por que ‘O Povo é quem Mais Ordena’ e para que o povo possa decidir o seu futuro”, disse à Lusa Alfred Bosch referindo-se à vontade de Generalitat em realizar uma consulta popular sobre a independência.

Nas eleições de domingo o partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) elegeu 13 deputados, o Juntos por Catalunha (JxCat) conseguiu oito deputados e a Candidatura de Unidade Popular (CUP) concorreu pela primeira vez à Assembleia Nacional elegendo dois deputados.

O Esquerda Republicana da Catalunha perdeu um deputado em relação às eleições de 28 de abril, mas ultrapassou os socialistas catalães que ficaram em segundo lugar, tendo em conta os votos locais, com 12 deputados.

O líder do ERC, Gabriel Rúfian admitiu no domingo à noite que o partido perdeu votos para a CUP.

As políticas dos três partidos independentistas catalães são paralelas apesar da falta de convergências em alguns aspetos sobre a forma de posicionamento em relação a Espanha.

Para o conselheiro para as Ações Exteriores da Generalitat e dirigente do ERC a situação continua a ser favorável aos independentistas.

“Eu sou membro do governo da Catalunha e aqui já nos entendemos entre os dois principais partidos independentistas (ERC e JxCat). Naturalmente somos partidários desse entendimento. Se a CUP também participar será magnífico”, disse Alfred Bosch acrescentando que os contactos devem ser estabelecidos com todos os que aceitam dialogar.

Bosch refere-se ao “Unidas Podemos da Catalunha que está nessa linha” apesar de não se definir “se é independentista ou não”.

“Tudo tem de passar pelas urnas, isto não se decide num escritório, nem se decide com confrontação na rua, isto decide-se com os métodos do século XXI em que as pessoas decidem coletivamente”, sublinhou criticando Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro em funções.

“Aqui na Catalunha temos uma coligação para governar. Nós não temos problemas com os pactos. Sánchez foi para eleições porque não quis falar com os independentistas. Ele nem sequer quis o diálogo com o Unidas Podemos, uma força de esquerda”, lamentou Bosch reforçando que o PSOE não avançou politicamente, apesar dos resultados globais.

“A leitura que faço é a de que Pedro Sánchez fez uma aposta e perdeu. Fez uma aposta na força, para ter mais oportunidades para a configuração de um futuro governo e para enfrentar a questão catalã. Aconteceu-lhe tudo ao contrário porque perdeu apoio eleitoral e o independentismo ficou mais forte”, afirmou o membro do governo da Região Autónoma da Catalunha.

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