“A viagem da diretora ao Médio Oriente foi adiada”, disse na terça-feira um porta-voz do FMI numa breve declaração, sem mais explicações.

Christine Lagarde deveria comparecer numa conferência sobre investimentos no reino saudita, entretanto boicotada por muitos convidados de prestígio, na sequência do desaparecimento a 02 de outubro de Khashoggi, após uma visita ao consulado daquele país em Istambul, na Turquia.

No sábado, durante as Reuniões Anuais do FMI e do Banco Mundial em Bali, na Indonésia, Lagarde confirmou a sua participação na conferência em Riade, onde a elite da indústria e das finanças estaria reunida de 23 a 25 de outubro.

“Direitos humanos, liberdade de informação são essenciais (…) Estou horrorizada, mas tenho que levar os assuntos do FMI aos quatro cantos do globo”, disse então Lagarde, depois de ser questionada por um dos jornalistas, numa conferência de imprensa.

“Quando visito um país, sempre digo o que penso. (…) Neste momento não vou mudar os meus planos, mas estarei muito atenta às informações que vão aparecer nos próximos dias”, sublinhou Lagarde.

Por sua vez, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou na terça-feira a crescente condenação global da Arábia Saudita no caso do desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi.

Trump afirmou que o rei saudita Salman e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman negaram que sabiam o que tinha acontecido a Khashoggi quando entrou no consulado no início deste mês.

Já o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse também na terça-feira que a Arábia Saudita fez um “compromisso sério” para responsabilizar líderes e dirigentes neste caso.

Mike Pompeo esteve na Arábia Saudita para reunir com o príncipe herdeiro e fez a declaração depois de encontros com a liderança saudita.

No encontro, o monarca saudita comprometeu-se a levar a cabo uma investigação “completa, transparente e oportuna” sobre o desaparecimento de Khashoggi, jornalista crítico do regime de Riade cujo paradeiro se desconhece desde 02 de outubro, dia em que foi visto a entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

As investigações na Turquia apontam para que Khashoggi, desde 2017 exilado nos Estados Unidos, tenha sido assassinado dentro do consulado, o que as autoridades sauditas negam.

Pompeo viaja hoje para a Turquia, onde se vai reunir com as autoridades do país.

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