Numa entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o general Richard Nunes acrescentou que o crime estava a ser planeado desde 2017.

“O que entendo hoje é que os criminosos superestimaram o papel que a vereadora [Marielle Franco] poderia desempenhar. Era um crime que já estava sendo planeado desde o final de 2017, antes da intervenção [militar no Rio de Janeiro]”, disse Richard Nunes.

“Ela estava lidando em determinada área do Rio controlada por milicianos, onde interesses económicos de toda a ordem são colocados em jogo (…) A milícia atua muito em cima da posse de terra e assim faz a exploração de todos os recursos. E há no Rio [de Janeiro], na área oeste, na baixada de Jacarepaguá problemas graves de loteamento, de ocupação de terras”, acrescentou.

Ainda segundo o secretário, Marielle Franco estava a sensibilizar moradores da área sobre a posse da terra e “isso causou instabilidade” e é essa a linha de investigação seguida pelas autoridades, referiu.

Na quinta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação para prender milicianos suspeitos de envolvimento no crime, que completou nove meses sem nenhuma conclusão.

Hoje, uma outra ação é realizada pela polícia brasileira, que cumpre mandados de busca e apreensão na casa do vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano, no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste da capital ‘carioca’.

Segundo a polícia, o mandado tem relação com os assassínios de Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes.

Durante as investigações do crime, uma testemunha que colabora com a Justiça brasileira afirmou que o vereador planeou o assassínio da colega parlamentar junto com um miliciano chamado Orlando Oliveira de Araújo.

Marcello Siciliano chegou a prestar depoimento à polícia e negou todas as acusações.

Marielle Franco foi assassinada em fevereiro deste ano quando saía de um evento político no centro da cidade do Rio de Janeiro.