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Newsletter diária • 18 mai 2023

 
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O teste do algodão ao "aldrabão"

 
 

Ontem, a meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o deputado Paulo Rios, do PSD, enquanto ouvia a versão dos factos de Frederico Pinheiro atirou sem pruridos que se sabia que ontem ou hoje haveria um aldrabão na CPI, mas que não se sabia quando.

Ora, o que é certo, é que depois de horas de inquirição as versões da história de Frederico Pinheiro e Eugénia Correia não podiam ser mais difusas e contraditórias. Tão contraditórias que enquanto Frederico Pinheiro era ouvido, várias funcionárias do Ministério das Infraestruturas - entre elas Eugénia Correia - lançaram um comunicado assinalando as alegadas mentiras, e falando do acesso às câmaras de segurança do edifício que poderiam provar a sua versão. O lançamento deste comunicado foi amplamente criticado pelos deputados, e percebeu-se que Eugénia Correia, uma das subscritoras, nem sequer o conhecia. Leu-o na pausa da comissão, e explicou a confusão por considerar que uma assinatura tem que ser feita pelo seu próprio punho.

Veja-se, fala-se em três reuniões a de 16 de janeiro, 17 de janeiro e 5 de abril. Entre a chefe de gabinete e o ex-adjunto não há consenso em relação à presença do Ministro na reunião de preparação de Widener, e sobre quem terá convidado Widener.

Esta questão do convite prende-se com mais um dos temas quentes da Comissão. Frederico Pinheiro começou por dizer que Eugénia Correia lhe ordenou que entregasse o telemóvel a um técnico do Ministério, para recuperar a mensagem de Widener. Mas que depois disso todo o seu histórico de Whatsapp acabou apagado sem justificação. Já Eugénia Correia confirma que o histórico foi apagado, mas que terá sido o próprio adjunto a fazê-lo, enquanto o técnico o ajudava a recuperar as mensagens. Contudo, Eugénia Correia disse que mesmo não tendo ordenado a Pinheiro que lhe entregasse o telemóvel podia tê-lo feito, por o equipamento pertencer ao Ministério.

O convite seria para a reunião de preparação que, segundo Pinheiro, terá acontecido com a presença do Ministro e cujo convite à CEO terá sido sua iniciativa, foi um dos temas quentes das 12 horas de comissões de inquérito. As notas que terão espoletado toda a polémica e a exoneração de Frederico Pinheiro. Se Frederico Pinheiro diz ter sido demitido por ter notas, já Eugénia Correia assegura que "entre outras coisas", foi por ter negado ter as notas que afinal tinha.

A exoneração, seja qual for o motivo, já se sabia ter acontecido por telefone. Mas também acerca desse acontecimento os factos não coincidem. Frederico Pinheiro assegura que o Ministro estava exaltado e que lhe disse que a conversa não era feita pessoalmente, porque corria o risco de lhe dar "dois socos". A chefe de gabinete, que estava ao lado do Ministro no carro, diz não ter ouvido o telefonema na totalidade, mas que o que ouviu foi com tranquilidade.

Por outro lado, ficou-se a saber que documentos importantes como o Plano de Reestruturação da Tap encontravam-se apenas no computador de Frederico Pinheiro. Para justificar este facto, a chefe de gabinete culpa a sua antecessora e Pedro Nuno Santos, garantindo que agora o procedimento é diferente. Também quanto à vontade de classificar documentos as histórias embatem uma na outra. Garantindo, Eugénia Correia, que Pinheiro não os queria classificar, nem partilhar com a CPI.

Quanto aos factos da noite, já se sabia, há duas histórias diametralmente opostas. Frederico Pinheiro fala em recuperar o computador e documentos pessoais,