Um grupo de perto de 30 estudantes ativistas bloqueou nesta manhã de quinta-feira a entrada do Ministério da Saúde. A ação organizada pelo grupo "Fim ao Fóssil" reivindica melhores cuidados de saúde e pugna pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030.

Contactada pela Lusa, fonte da PSP disse que pelas 08:55 alguns elementos das autoridades estavam a “tomar as diligências necessárias” para que a entrada no edifício não fosse impedida aos funcionários do Ministério da Saúde.

Em comunicado, Joana Fraga, membro do "Fim ao Fóssil" e estudante de Medicina, diz que "o principal dever dos profissionais de saúde é preocupar-se com a saúde bem-estar das pessoas". "Por isso é que estou aqui. Porque a crise climática é uma crise de saúde pública, e se não a travarmos, milhões de pessoas irão morrer e adoecer", alerta.

Os jovens em protesto lembram os avisos dos médicos e cientistas, “que mostram já um aumento na frequência e gravidade de desastres climáticos e o seu agravamento nos próximos anos, bem como os riscos de novas pandemias”.

No seu discurso, os estudantes falam ainda de “vagas de migrantes climáticos a precisar de cuidados” e reforçam que “o SNS não pode negligenciar quem mais dele necessita”.

"Também sabemos que pessoas marginalizadas são quem vai estar mais vulnerável ao caos climático", afirma Joana Fraga.

A estudante de Medicina refere ainda que, há “pessoas trans que já são vítimas de discriminação por parte de um sistema de saúde, que lhes está constantemente a falhar”.

Os estudantes em protesto promovem cânticos e empunham cartazes com frases como "Crise Climática = Crise na Saúde" e "Sem futuro não há paz".

Este protesto está inserido na "Primavera Estudantil pelo Fim ao Fóssil", uma onda de ações direcionadas às instituições de poder que os jovens do movimento dizem "estar a falhar".

A ação tem ainda como mote a oposição à intervenção de Israel na Faixa de Gaza. "Este Ministério devia estar a garantir que o governo português age contra o massacre que já destruiu todos os hospitais de Gaza e assassinou centenas de profissionais de saúde.", afirmou Joana.